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O banco central do Brasil decretou a falência do Banco Cruzeiro do Sul e do Banco Prosper.
O Cruzeiro do Sul estava sob intervenção do BC desde 4 de junho, em
Regime de Administração Especial Temporária (RAET), devido a suspeitas
de fraude. A autoridade encontrou um rombo de pelo menos R$ 3 bilhões no
banco. O BC afirma que as investigações terão continuidade e que os
bens dos controladores e ex-administradores de ambos os bancos estão
bloqueados.
Do total de depósitos à vista e a prazo do Banco Cruzeiro do Sul e do
Banco Prosper, cerca de 35% e de 60%, respectivamente, contam com
garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC). No caso do Cruzeiro do
Sul, os depósitos totais passam de R$ 5 bilhões. Segundo comunicado no
site do Cruzeiro do Sul, o FGC terá um canal para tirar dúvidas dos
depositantes, que pode ser solicitado através do email fgc@fgc.org.br.
O Banco Cruzeiro do Sul aparece na lista do BC divulgada
em março como 27º maior do País, com ativos de mais de R$ 12 bilhões, ou
cerca de 0,25% do total do sistema bancário. A instituição possui cerca
de 750 funcionários e nove agências. O Prosper tem apenas 69
funcionários, três agências e ativos de R$ 450 milhões, ou
aproximadamente 0,01% do total nacional.
Desde a intervenção, o BC buscava compradores para o
Cruzeiro do Sul. Além disso, para evitar que o banco fosse fechado,
também seria preciso renegociar dívidas que envolveriam o perdão de
quase 50% do saldo junto aos credores. Como as operações não tiveram
sucesso, o banco acabou liquidado.
Segundo o BC, no Cruzeiro do Sul o ato abrange a Cruzeiro
do Sul Holding Financeira S.A., controladora do banco, e as empresas
Cruzeiro do Sul S.A Corretora de Valores e Mercadorias, Cruzeiro do Sul
S.A. DTVM, e Cruzeiro do Sul S.A. Companhia Securitizadora de Créditos
Financeiros, que também se encontravam submetidas ao RAET.
A liquidação do Prosper, que teve proposta de mudança de
controle para o Cruzeiro do Sul não aprovada pelo BC, se deve a
sucessivos prejuízos que "vinham expondo seus credores a risco anormal, a
deficiência patrimonial e a descumprimento de normas aplicáveis ao
sistema financeiro", diz um comunicado da autoridade monetária. No
último trimestre, segundo dados do BC, o prejuízo da instituição passou
de R$ 140 milhões.
O BC informa que "continuará tomando todas as medidas
cabíveis para apurar as responsabilidades, nos termos de suas
competências legais". As investigações devem ter prosseguimento também
no Ministério Público.
W. Navarro